Sindicatos dizem que governo desautorizou presidente da RTP

Para Paulo Mendes, “já se sabia que havia um divórcio entre conselho de administração (CA) da RTP e os trabalhadores, mas agora fica claro que também há divórcio entre CA e governo”.
Uma das razões apontadas pelos sindicalistas, que ontem estiverem reunidos em plenário com os trabalhadores da estação pública, prende-se, entre outros, com a forma de financiamento que Guilherme Costa anunciou a 24 de Outubro, os 30 milhões de euros de receitas publicitárias que a actual RTP2 vai angariar a partir de 2013. “Mas o secretário de Estado não confirmou a decisão de manter a publicidade no canal generalista que vai ficar na RTP, e por isso o modelo de financiamento previsto pelo CA fica coxo e só poderá ser resolvido com mais dinheiro por parte do Estado”, explicou o porta-voz dos sindicatos. “O que não faz sentido nenhum, já que a ideia anunciada seria aliviar os custos da RTP aos contribuintes”, acrescentou.
Em resposta ao i, a porta-voz da RTP reafirmou que “o plano contempla receitas comerciais no valor de 30 milhões de euros” e que “o plano também contempla a autonomização numa empresa da área de produção/distribuição da RTP”. É que, segundo os sindicatos, também não foi confirmado pelo secretário de Estado que “vá haver uma autonomização dos ‘meios’ da estação pública”, que engloba todos os técnicos ligados da produção e distribuição do sinal. Para os sindicatos, “toda esta questão reveste-se de muita confusão e surrealismo”, afirmou Paulo Mendes. Ontem também o BE pediu ao governo o “plano de reestruturação da RTP”, em requerimento aprovado com carácter de urgência.
Em comunicado, o secretário de Estado “destacou a necessidade de o Conselho de Administração da RTP falar com os sindicatos para ouvir as suas preocupações”. O porta-voz dos sindicatos revelou ainda que no plenário ficou decido aderir à greve geral de 24 de Novembro.
Com Ricardo Paz Barroso.
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